quinta-feira, julho 31, 2003

O fogo que nos consome...

O fogo alastra e o ministro diz que os meios são suficientes. Aldeias ficam cercadas pelo fogo e o ministro anuncia que os recursos colocados no terreno são capazes. Duas pessoas morrem carbonizadas e o ministro sossega-nos reafirmando pela enésima vez que os homens e equipamentos disponibilizados chegam. A floresta portuguesa consome-se ano após ano e o ministro de serviço sossega as almas mais exaltadas. No fim da história aparece sempre o chefe do ministro de serviço, com um ar sério e emocionado, a garantir a total compreensão e solidariedade para com as vítimas e a assegurar que os incendiários serão entregues à justiça.

E para o ano tudo se repetirá. Os directos estéricos das televisões em busca da melhor imagem das labaredas. Os rostos desesperados de quem vê a sua vida a esfumar-se em poucos minutos. O andar pesado, cansado e impotente dos bombeiros e... no meio de tudo isto, o contentamento discreto de quem vai ganhando a vida com este negócio.

É trágico o destino de se viver no interior...

quarta-feira, julho 30, 2003

O telemóvel traido... oh pá!

O país está chocado, oh pá... Poucos dias após ter declarado publicamente a fidelidade incondicional ao seu telemóvel de sempre, surge a revelação dramática e cruel. O Ferro não resistiu e traiu o pobre aparelho, oh pá! Numa prova irrefutável recolhida pela PJ, o alvo nº 21379 (i.e. o líder da oposição) na sessão 1892 afirma de forma crua e nua para o seu camarada António: "Oh pá, não achas melhor ter esta conversa noutro telefone?"

Um homem que tão despudoramente faz isto ao seu telemóvel de sempre, ainda por cima depois de ter manifestado de forma tão mediática e comovente a sua fidelidade, não é um homem que tenha o perfil para segurar o leme do país... Oh pá! Entre o cherne e o telemóvel, a nação encontra-se dividida.

Por este caminho, ainda acabo a votar no partido do Manuel Monteiro, oh pá...

P.S. - Por favor, leiam as transcrições desta conversa no link acima indicado. É a prova final do nível de expressão verbal dos políticos lusitanos...

terça-feira, julho 29, 2003

O Comissário

O antigo comissário da Expo é há algum tempo o comissário de bordo na TAP. Sim, porque aquilo precisava de rédea curta. Ter um administrador brasileiro indicado por suiços e nomeado por um ministro socialista com um ordenado de estrela de futebol à frente de uma companhia que sempre teve "cepos" ao leme, é de desconfiar.

O pior é que o homem, que fala português com sotaque e parece perceber alguma coisa de aviões, até começava a mostrar alguns resultados.

Resultados? Na TAP? Não, não pode ser... Estamos a falar da TAP e a TAP não foi feita para dar lucro. A TAP é dos portugueses! Sim, é de todos nós: pilotos (e famílias), pessoal de terra (e famílias), pessoal de voo (e famílias), mecânicos (e famílias) e, sobretudo, a TAP é do partido que está no governo. A TAP foi feita para empregar o pessoal que tem cartão e não consegue emprego noutro lado!!! A TAP é a arma secreta ao desemprego não qualificado!

Mas, calma, com um comissário de bordo da nossa côr não há problema... É só uma questão de tempo e o brasuca será devolvido a procedência, preferencialmente na Varig.

Então, a nossa querida TAP voltará a voar só para nós! AMÉN

O Jantar no Palácio

Não há nada como um bom jantar para acalmar as hostes... O Presidente, magnânimo, reuniu os sábios no palácio e discutiu o estado da Justiça na Nação. Conclusões: as mesmas do costume... Um discurso redondo, cheio de generalidades, consensual, com algumas indirectas inofensivas e todos os presentes saíram satisfeitos com o resultado de tão mediático evento. É esta magistratura de influência que temos.

A Oeste nada de novo...

segunda-feira, julho 28, 2003

O Abominável homem da ilha (2)

Segundo uma notícia hoje veiculada pelo Público, o nosso amigo ilhéu, em plena fase de aquecimento para o brilhante discurso no palanque de Chão da Lagoa, e depois de mais uns valentes copos «ergueu um cálice de licor de eucalipto para desejar que o jornalista do PÚBLICO "fique desempregado", por alegadamente, com outros correspondentes locais, "denegrir a imagem da região"». Brilhante!

É este o homem que alguns bacanos consideram ter o perfil ideal para ser o nosso comissário em Bruxelas... Já agora, o Tino de Rãs podia também ser nomeado Secretário Geral da Nato e o Emplastro Wally (aquela personagem desdentada do Porto que aparece com o cachecol do FCP em tudo o que é canal de televisão) deveria ser empossado embaixador de Portugal na ONU... Viva a República!

domingo, julho 27, 2003

O abominável homem da ilha

Há por aí quem lhe ache muita graça... Ainda ontem o Prof. Martelo - homem genial e adiantado mental para o estado de desenvolvimento da pátria - lhe chamou uma força da natureza... E tem toda a razão, pois o Abominável Homem da Ilha está no poder há 29 anos e parece ter alguma obra feita. Neste particular, destaque-se o financiamento aos clubes de futebol (que têm contribuído para que a juventude madeirense se afaste dos caminhos da toxicodependência) e a criação da Zona Franca da Madeira que dá uma ajuda na lavagem dos proveitos de comércios menos lícitos que, como vimos, não atingem a juventude da ilha. Genial!!!

Ora, o dito senhor tem vindo a refinar as suas aparições públicas. Hoje tivémos direito a mais uma pérola no habitual comício anual do Chão da Lagoa. Então não é que a Madeira é uma colónia do Contenente? Sim, isso mesmo, uma colónia do Contenente! E mais, a República (o regime em vigor no dito Contenente) está dominado por comunistas! Aí Jesus, credo! Que DEUS nos salve dos Cubanos!

A solução é só uma: Pátria ou Morte! Independência total para a Madeira.

P.S. Com tudo isto o Marítimo, como vencedor vitalício da Super Liga OMO lava mais branco, até garantia uma presença nas pré-eliminatórias da Liga dos Campeões...

P.S (2) Não confundir Contenente com Continente. O primeiro está dominado por cubanos e o segundo é propriedade do Sr. Engº Belmiro.

quinta-feira, julho 24, 2003

Cuba, ilha da liberdade...

Então não é que o nosso camarada Ruben de Carvalho tem dúvidas sobre se se justifica ou não a existência da pena de morte em Cuba? Depois do inteligente episódio acerca da Coreia do Norte ser ou não ser uma democracia, eis que surge mais uma pérola no anedotário do comunismo português... A surpresa só existe porque desta vez a posição "vanguardista" foi verbalizada por um moço que até parecia ter três dedos de cabeça: Ruben de Carvalho.

Aí João Amaral, nem sabes a falta que fazes cá no burgo...

quarta-feira, julho 23, 2003

Os filhos da nação

Vi na CNN que o Bush filho apanhou os filhos do Saddam... Não será isto pedofilia?

terça-feira, julho 22, 2003

A Reforma...

Cada governo tem as suas reformas! Somos o país das reformas estruturais. Não há ministro que depois de meia dúzia de semanas sentado no Terreiro do Paço não apresente, ufano, a sua reforma. A derradeira e insuperável reforma. De preferência apresentada às 8 da noite de uma qualquer sexta-feira à  espera que o pasquim do reino a comente e aprove no dia seguinte.

Passam os governos, passam os ministros e a Reforma continua a sua saga a caminho da perfeição. Até tivémos um ministro da Reforma que acabou reformado. Coitado! Foi engolido pelo Sistema... Ah! falta falar do Sistema... Sim, porque a Reforma adora o Sistema. São irmãos inseparáveis.

O último episódio desta saga, foi a nomeação de um polí­tico reformado (outro) para liderar a Reforma da Função Pública. É preciso não desesperar, pois o moço percebe do Sistema e tem a sabedoria de quem percorreu, sem medo, muitos campos de golfe por esse mundo fora. Temos homem!

sábado, julho 19, 2003

O Século do Remexido

Numa época em que se tornou moda dizer mal de tudo e de todos, talvez não seja muito original criar um blog que, remetendo para o imaginário do século XIX, pretenda lançar mais umas farpas sobre o Portugal que temos e não gostaríamos de ter ... O século em causa revelou a decadência completa do país e basta ler algumas coisas desse tempo para chegarmos à conclusão que, apesar dos 28 de Maios, dos 25 de Abris, das descolonizações, da União Europeia, do Euro, dos telemóveis, das Expos, dos futebóis e de todas as restantes modernices, afinal não mudámos assim tanto...