quarta-feira, julho 08, 2009

Um recado para Faro

"O número de Julho/Agosto da Monocle, revista de culto dirigida pelo inventivo Tyler Brûlé, é dedicada às cidades e, por isso, deveria ser lida por todos os candidatos autárquicos que por aí abundam. Particularmente as duplas Santana e Costa, Rio e Elisa Ferreira e, porque não, Macário e Apolinário em Faro.
Para além da eleição das 25 melhores cidades para se viver em todo o mundo, em que a vencedora de 2009 é Zurique (e na qual Lisboa acaba por surpreender com a 25ª posição), há um conjunto de artigos interessantes que reflectem sobre a competitividade das cidades modernas. Basicamente e simplificando muito, a receita assenta num urbanismo humanizado, em robustas políticas ambientais, numa clara estratégia de favorecimento dos transportes públicos, na defesa de um comércio de proximidade competitivo e variado, na capacidade de atracção de elites jovens e criativas, numa oferta cultural intensa e diversificada e na promoção de políticas de captação de empresas com alto valor acrescentado em termos de emprego qualificado.

Para além de tudo isto, a cidade moderna tem de oferecer aos seus habitantes e visitantes um vasto leque de serviços de qualidade (internet sem fios, transportes rápidos, habitação de qualidade, parques e zonas verdes, ciclovias, energia verde, saneamento inteligente, apoio social de proximidade, saúde acessível e de qualidade, equipamentos desportivos de proximidade, etc, etc, etc).
Numa altura em que, por exemplo Faro, se debate com um marasmo exasperante, talvez fosse bom que José Apolinário e Macário Correia investissem algum do seu valioso tempo na leitura desta edição da Monocle e dali retirassem alguns ensinamentos para os seus programas eleitorais.
Eu, como a maioria dos farenses, tememos que esta seja a última oportunidade para a cidade apanhar o comboio da modernidade e se projectar como uma verdadeira capital regional.
Faro não pode continuar a ser uma cidade cinzenta e apagada que se limita, por via do seu estatuto, a concentrar alguns serviços administrativos, sem qualquer capacidade de atracção de pessoas e de investimentos qualificados.
Fica o conselho...

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