terça-feira, agosto 16, 2005
A triste sina do Verão Lusitano...
Paulo Cunha/Lusa in Publico
"O fogo alastra e o ministro diz que os meios são suficientes. Aldeias ficam cercadas pelo fogo e o ministro anuncia que os recursos colocados no terreno são capazes. Duas pessoas morrem carbonizadas e o ministro sossega-nos reafirmando pela enésima vez que os homens e equipamentos disponibilizados chegam. A floresta portuguesa consome-se ano após ano e o ministro de serviço sossega as almas mais exaltadas. No fim da história aparece sempre o chefe do ministro de serviço, com um ar sério e emocionado, a garantir a total compreensão e solidariedade para com as vítimas e a assegurar que os incendiários serão entregues à justiça. E para o ano tudo se repetirá. Os directos estéricos das televisões em busca da melhor imagem das labaredas. Os rostos desesperados de quem vê a sua vida a esfumar-se em poucos minutos. O andar pesado, cansado e impotente dos bombeiros e... no meio de tudo isto, o contentamento discreto de quem vai ganhando a vida com este negócio. É trágico o destino de se viver no interior... "
Este texto foi aqui escrito em Julho de 2003!
Palavras para quê?
Para o ano vou voltar a reproduzi-lo...
Vai uma aposta?
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2 comentários:
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