quarta-feira, dezembro 31, 2003

Bam e a solidariedade portuguesa

A incontornável AMI - que faz mais pelo nome de Portugal no mundo do que mil acordos de cooperação assinados pelos nossos governos - já tem em marcha uma missão de auxílio à martirizada população de Bam, no Irão.

Para que esta acção tenha sucesso a AMI necessita de 100.000 Euros. Os donativos podem ser efectuados mediante transferência para:

Conta de emergência
BES 000700150040000000672
Ou ainda via Multibanco:
Referência N.º 20 909 909 909 909


É uma excelente forma de começar o ano novo e o Professor Akbar e os seus conterrâneos agradecem... BOM ANO!

P.S. por favor, confirmem estes dados no site da AMI

segunda-feira, dezembro 29, 2003

Um pensamento para Bam

Proprietário de uma tranquila Guest House com um jardim cheio de palmeiras verdejantes, o professor Akbar é um iraniano culto e orgulhoso da história do seu país. Convivi com ele nos poucos dias que fiquei na cidade histórica de Bam - um ponto estratégico na lendária Rota da Seda a caminho do Paquistão e do Afeganistão.

Quando, na passada sexta-feira, ouvi as primeiras notícias do trágico terramoto que assolou esta cidade acolhedora, nascida - como todas as urbes iranianas - junto a um fértil oásis, lembrei-me de imediato do professor Akbar. Professor porque ensinava inglês na escola. Professor porque era um prazer ouvi-lo a dissertar sobre os males do mundo com aquela sabedoria tipicamente persa. Professor porque conseguia desmontar com elegância e bom senso os argumentos racionalistas e maniqueístas de um ocidental para quem tudo é, quase sempre, ou preto ou branco.

Aqueles fins de tarde em que o professor Akbar fazia questão em partilhar um saboroso chá à sombra das suas palmeiras - regadas com a água comunitária que corre permanentemente nos canais que ladeiam as ruas iranianas - são momentos que dificilmente esquecerei.

Espero, professor Akbar, que esteja bem e que Arg-é Bam, a linda cidadela de adobe cujas as origens remontam ao ano 200 da era cristã, se volte a erguer orgulhosa e majestosa como sempre foi!

quinta-feira, dezembro 18, 2003

A culpa é nossa...

Os telejornais de hoje mostraram mais umas pérolas da nossa vida parlamentar. No rotineiro debate mensal na Assembleia da República, registaram-se umas trocas de berros sobre o recorrente tema do aborto entre a oposição que não temos e o governo que um dia haveremos de ter.

Foi tudo tão básico,tão pobrezinho, tão destituído de ideias, tão próximo do grau zero da inteligência que deixa qualquer um a pensar na merda que temos feito ao votar nestes gajos de quatro em quatro anos...

segunda-feira, dezembro 15, 2003

Mistérios da Política Internacional

Então não é que o domingo estava a correr de feição com um céu imensamente azul e um sol reconfortante quando chega a surpreendente notícia... Os americanos apanharam o Saddam!

Para mim não foi propriamente como um golo do Benfica ou do Farense, mas - dizem os entendidos - foi uma boa notícia para o Mundo Ocidental. Mundo Ocidental? Ok, devem estar a falar de nós. Afinal somos nós que estamos no Ocidente. Aliás, Algarve, em árabe, quer dizer "O Ocidente". Sim, devem estar mesmo a falar de nós, algarvios.

Mas porque diabo foi o Bush prender o Saddam por causa de um punhado de algarvios? Tanto trabalho, tanta canseira por alma de quem? De nós? Estranho???

O que é certo é que, de um momento para o outro, apareceram logo os comentadores nas tv's... E em Portugal há tantos... Mais do que algarvios! E sabem tanto sobre tudo... Desde os incêndios à Constituição Europeia, passando pela defesa do Benfica. São verdadeiras enciclopédias ambulantes estes homens.

É por isso que eu acho que esta coisa da prisão do barbudo de Bagdad tem água debaixo do bico. Cá para mim, isto foi coisa para dar emprego a essa corja de sabujos que todas as noites nos entram pelos ecrãs. E depois dizem que foi por causa dos algarvios... Os mouros nunca foram ouvidos nem achados para nada!!!

Eh pá! Espera aí! O Saddam é mouro... Haverá alguma ligação entre o Saddam e o Algarve???

P.S. O Farense e o Benfica ganharam! Alá é Grande!

sábado, dezembro 13, 2003

Lixo televisivo

O Expresso deste fim de semana publica uma noticia interessante na sua primeira página. Em Itália, cerca de 400 mil italianos irão efectuar uma greve contra o telelixo. O protesto assenta em descontos que museus, teatros, cinemas, livrarias, bares e restaurantes irão fazer a todas as pessoas que levarem consigo um telecomando...

Os mais radicais, isto é aqueles que se apresentarem com a própria televisão, terão direito a entrada livre!

Genial!!! Não se pode repetir a ideia aqui no burgo?

quinta-feira, dezembro 11, 2003

As Universidades Privadas...

Em Portugal, as universidades privadas tendem a parecer-se com as mafias italianas.

Depois do escândalo que rodeou a Universidade Moderna eis que, pela mão da Visão, rebenta agora uma bronca de favorecimentos a outra instituição universitária privada: a Universidade Lusíada.

Não consigo perceber muito bem as razões para tal fenómeno, mas o que é certo é que este tipo de instituições de ensino parecem atrair todo o tipo de interesses menos claros, grupos de pressão e lobbys diversos. Outro ponto comum é a sua veia democrática. Normalmente todos os partidos institucionais têm forte representação nas cúpulas destas organizações.

Mais uma idiossincrasia portuguesa!

P.S. Quem paga com isto são os alunos e as pobres famílias que os suportam.

terça-feira, dezembro 09, 2003

Depressão

Haverá vida depois de um fim de semana prolongado?

sexta-feira, dezembro 05, 2003

O ministro pateta

O Ministério da Administração Interna deve ter sido alvo de algum mau olhado.

Em tempos idos por lá passou o trapalhão Fernando Gomes. Agora assentou arraiais o ministro Figueiredo Lopes, talvez a ave mais rara deste governo improvável. Este homem consegue atrair em seu redor todo o tipo de confusão. Desde os incêndios aos rocambolescos episódios da Protecção Cívil, passando pela saga do envio de militares da GNR para o Iraque terminando, agora, com as sucessivas demissões na BT da GNR, tudo tem acontecido a este verdadeiro "allien" da política que, por obra do acaso, foi parar ao governo de Portugal.

Não seria melhor enviar o senhor para uma missão patriótica no Iraque? O país, emocionado, agradecia...

quarta-feira, dezembro 03, 2003

O Remexido enganou-se

Em Setembro passado lancei umas farpas sobre o marasmo que então se sentia na programação da TSF. A este propósito, sou agora obrigado a fazer um mea culpa, pois o resultado da reestruturação empreendida pelo sempre polémico Emídio Rangel tem alguns aspectos a reter.

Para além do regresso dos notáveis "Sinais" de Fernando Alves e de um certo dinamismo "muito TSF" transmitido às manhãs noticiosas, destaca-se o fabuloso quinteto que, diariamente às 8h30m, apresenta algumas das melhores pérolas do humor radiofónico português. António Feio, Maria Rueff, José Pedro Gomes, Joaquim Monchique e Ana Bola voltaram a fazer rir o bom povo que, matinalmente, enfrenta a batalha infernal do trânsito.

Indispensável para manter a mente sã!!!

segunda-feira, dezembro 01, 2003

Azar ter sido colonizado pelos "tugas"

O "Expresso" deste sábado afirma que, segundo um estudo do Banco Mundial, o português é a segunda língua menos falada em Timor-Leste...

A referida notícia chama a atenção para a forma amadora e patética como o português é ali ensinado. Sem meios, sem motivação, sem alma, com algum voluntarismo estéril e, sobretudo, com a desorganização costumeira nas iniciativas lusas.

Aquele que poderia ter sido um projecto único na nossa História recente, ameaça transformar-se em mais um fiasco nacional. Mais um triste episódio na trágica "descolonização exemplar" que marca a segunda metade do Século XX português. Aves raras com uma capacidade intelectual insuperável como o Dr. Salazar ou esse génio chamado Vasco Gonçalves arrastaram para a tragédia uns milhões de pessoas que tiveram o azar de terem sido colonizadas pelos "tugas".

Esperemos que em Timor ainda possamos corrigir os erros de um passado recente. A responsabilidade histórica por aquilo que (não) fizémos em África e em Timor não pode ser esquecida. Nunca! Isto se quisermos ter alguma vergonha na cara!