segunda-feira, junho 20, 2005

Timor, Cristiano Ronaldo e a má consciência


In A Bola

Gosto de futebol, mas não sou habitual consumidor da chamada imprensa desportiva, embora não resista a uma vista de olhos pelas "gordas" quando vou ao quiosque da esquina comprar o Público...

Hoje, não resisti e comprei
"A Bola"... E o motivo foi Timor, ou melhor, a visita de Cristiano Ronaldo a Dili. E uma vez mais senti aquilo que sempre sinto quando se fala de Timor. Uma enorme emoção e uma admiração reforçada por um povo que, obstinadamente, insiste em manter os laços com a antiga potência colonial que sempre o tratou com uma indecorosa displicência.

O entusiasmo da multidão que aguardava o jovem ídolo, a noticiada surpresa deste perante tamanha recepção, o tom entusiástico da crónica de A Bola e a cumplicidade activa das autoridades portuguesas e timorenses em todo o acontecimento fez recordar os dispositivos e estratégias comunicacionais utilizados antes do 25 de Abril quando altos dignatários do regime ou personalidades conotadas com este visitavam as, então, Províncias Ultramarinas. Poderá, decerto, haver algum exagero nesta analogia, mas a má consciência pelo nosso passado recente faz sempre surgir o fantasma do neo-colonialismo ou, pelo menos, de um paternalismo bacoco e inconsequente.

Escrevo isto porque acho que Nós, como povo, não merecemos a consideração, a estima e o respeito que esta gente nos tem. Não o merecemos pelo que (não) fizémos no passado mais remoto, pelo que deixámos fazer no passado recente e pelo não fazemos nem deixamos fazer neste presente estéril em que vivemos!

2 comentários:

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