A «Grande Reportagem» vai acabar. Aquela que era a referência do jornalismo de investigação aqui no burgo vai ser reciclada. Reaparecerá de novo em Novembro, em formato semanal, como um banal encarte nas edições do «DN» e do «JN».
Adivinha-se que qualquer semelhança entre a nova versão e a «GR» que nós conhecemos será pura coincidência. Os tempos de Barata Feyo, Miguel Sousa Tavares e Francisco José Viegas já fazem parte da memória de quem se habituou mensalmente a ler, com imenso prazer, as reportagens e os comentários mais pertinentes que já se escreveram neste país.
Quando o todo vetusto «Expresso» resolveu transformar a sua também saudosa «Revista» numa salada de frutas sem qualquer sabor (hoje a «Única» mais parece uma imitação da «Holla» do que uma revista de grande informação), a «GR» continuava a ser o refúgio de todos os que gostam de consumir boa informação e de serem confrontados com perspectivas alternativas à «verdade» dos media oficiosos do sistema.
Os senhores tecnocratas da PT / Lusomundo, que não souberam manter aquilo que já foi um sucesso editorial, devem estar mais descansados. A «GR» no «Diário de Notícias» estará sempre mais domada e controlada. Não esqueçamos que o «DN» é o orgão oficioso do regime do momento. Qualquer que este seja. Desde a República ao Estado Novo, passando pelo PREC e Cavaquismo, o «DN» soube sempre interpretar o sinal dos tempos: amplificar a voz do seu dono!
Parabéns a todos os que fizeram da «GR» um grande exemplo!
sábado, agosto 30, 2003
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