segunda-feira, setembro 15, 2003

O PP e o PP.

Confesso que o homem às vezes me irrita por ser tão previsível.

Sempre que há no ar uma opinião mais ou menos dominante, mais ou menos consensual, o incontornável Pacheco Pereira aparece a dizer precisamente o contrário. Lembram-se do Kosovo? Quando o deputado, convenientemente exilado em Estrasburgo por Durão, apareceu a relativizar os crimes de guerra cometidos pelos sérvios ou quando defendeu veementemente a cada vez mais patética intervenção anglo-americana no Iraque? E o que dizer de algumas pérolas escritas sobre Timor?

Mas desta vez gostei!

A propósito do outro PP, que supostamente é ministro da Defesa, o nosso PP - que é de esquerda mas teima em conviver no PSD com aves raras como aquela coisa que manda numa Ilha perdida no Atlântico - escreve o seguinte no seu fabuloso Abrupto a propósito da primária cruzada direitista contra a imigração: "Os ucranianos e as cabo-verdianas, os moldavos e as são-tomenses não competem com os portugueses e as portuguesas nos empregos que têm, a não ser residualmente. Mas a catilinária contra a imigração do dr. Portas nada tem a ver com o emprego. Tem a ver com um Portugal limpo de imigrantes, e por isso acaba por resultar num discurso contra os imigrantes, tão pouco português que carece de sentido. É copiado da vulgata de Le Pen, do pior que há".

Os das Caldas (do largo) estão fulos...

Ah Pacheco! É por isto que eu ainda vou gostando de ti. Apesar desse teu ar cada vez mais burguês, vais animando a pasmaceira aqui na metrópole!

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