" De português sobram as velhas igrejas quinhentistas, os nomes improváveis das ruas e pessoas, uma língua moribunda, os passeios de calçada em ruínas e a nostalgia do império. Goa é um pedaço de nós à deriva num país-continente. Ou então, os campos de arroz e coqueirais até perder de vista, o perfume das papaieiras, o calor húmido do Índico e a epifania do céu"
É deste modo que Tiago Salazar começa mais um fabuloso artigo desse autêntico objecto de culto de nome "Blue Travel" (edição de Novembro). É um olhar fascinado sobre uma terra improvável. Goa é um sítio que desperta em qualquer simples mortal um fascínio sem fim. Azul e penetrante como o Índico. Intenso como as monções.
Goa, como Moçambique, são lugares abençoados onde conseguimos encontrar o melhor de nós. Aquilo que, por muito que tentemos, nunca conseguimos ser enquanto estamos por cá.
E, para perceber como Goa é diferente de tudo o que existe no mundo, não há melhor receita do que lá chegar vindo da outra Índia. A sempre enigmática e surpreendente Índia. Só nesse momento, chegados de Bombaim, se entende a singularidade e magia da "nossa" Índia.
P.S. Recomendam-se, entre muitos, dois livros: "Um Estranho em Goa" de José Eduardo Agualusa e o extraordinário "Goa, a história de um encontro" de Catarina Portas e Inês Gonçalves.
segunda-feira, novembro 03, 2003
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