Quando a esmola é muita...
Menos de uma semana após o consenso alargado no parlamento em redor da eliminação do sigilo bancário, eis que o azeite (i.e. a verdade) começa a vir à tona. A acreditar no Público, a lei que estará para nascer só se aplicará aos... contribuintes individuais. As empresas ficam de fora e até, pasme-se, terão direito a um quadro legal mais restritivo e exigente que o actual relativamente à quebra do referido sigilo bancário.
São sinais repetidos como este que contribuem para o descrédito acentuado da classe política que temos e que rotineiramente vamos alegremente elegendo para nos governar. Quando, depois de todo o foguetório que foi feito em torno deste "grande avanço civilizacional", como alguém o descreveu, chegamos à triste conclusão que, afinal, estamos perante mais uma manobra de cosmética e que, uma vez mais, o problema não foi atacado com frontalidade, abre-se espaço para todo o tipo de suspeitas sobre o sistema.
E o problema grave é que das simples suspeitas ao ataque demagogo e popularucho à democracia e ao parlamentarismo vai um salto!
O que se pede nestes momentos de crise profunda, a que se associa um intenso e inusitado período eleitoral, é que haja muita responsabilidade e bom senso na forma de gerir a Coisa Pública, sob pena de estarmos todos, enquanto sociedade, a hipotecar o capital de credibilidade e a confiança no sistema democrático.
terça-feira, abril 21, 2009
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