quinta-feira, abril 30, 2009

Um mal nunca vem só...

Anda tudo doido!
Primeiro foi a Itália: abalo de terra seguido de doses cavalares de Berlusconi;
Depois foi o México: surto de gripe suína seguido de abalo de terra;
Agora, é a Holanda: confirmação do primeiro caso da gripe suína seguida de tentativa de atropelamento da Família Real (ver vídeo neste link).
Nós, nós já estávamos servidos: tínhamos o Engenheiro e a seguir apanhámos com as Manelas (a Ferreira Leite e a Moura Guedes)!
Já é um lugar comum, mas o mundo está mesmo perigoso.

quarta-feira, abril 29, 2009

Moda Primavera - Verão 2009




100


100 dias depois, Obama continua a não desiludir. O mundo está mais seguro e, sobretudo, mais confiante do que estaria se continuassemos entregues às diatribes de Bush, Sarkozy e Barroso.
Obama continua a inspirar os mais sonhadores ao mesmo tempo que vai convencendo os adeptos da "real politik" com medidas e tomadas de posição certeiras, duras e, aparentemente, eficazes.
A América sabe, hoje, que tem um líder com visão e cujas as posições são respeitadas no mundo. A América sabe, hoje, que tem todas as condições para, uma vez mais, se reinventar e recuperar a condição de líder da mudança como, aliás, já sucedeu em outros momentos críticos como a seguir à Primeira Grande Guerra, à Grande Depressão, à Segunda Guerra Mundial ou na ressaca do fiasco do Vietname.
Os Estados Unidos são presentemente um urso ferido que está a lamber as feridas e a preparar o seu regresso mais forte e mais preparado do que nunca para fazerem face a um novo paradigma geo-político e sócio-económico. A China, a India e a Rússia são jogadores de peso, incómodos e incontornáveis. A Europa será aquilo que sempre foi, i.e., um bloco amorfo e sem visão.
Para o bem e para o mal, este será ainda um século muito americano.

terça-feira, abril 28, 2009

Jacques Loussier a recriar Bach

Para quem, como eu, falhou o concerto de Jacques Loussier no CCB...

Dejá vu

E, de um momento para o outro,
os nova-iorquinos tiveram a perfeita noção estarem a viver um novo 11 de Setembro.
Mas, afinal, era tudo a brincar...

segunda-feira, abril 27, 2009

Notas de Fim de Semana


Para contrariar o pessimismo trágico-cómico habitual no mundo dos blogs, para o qual o Remexido não é inocente, aqui vão duas notas muito positivas sobre realizações lusas.
A primeira tem a ver com o espectacular Museu da Electricidade que a Fundação EDP ergueu na antiga Central Tejo. É simplesmente imperdível!
A segunda relaciona-se com os Dias da Música que este ano foram dedicados ao génio de Bach. Um sucesso em toda a linha. CCB cheio, num evento dedicado e pensado para o grande público.
Afinal, nem tudo é mau e há mais vida para além da crise e da gripe suína...

A economia explicada (genialmente) no Bartoon




sábado, abril 25, 2009

A todos o que é de todos. Nacionalizemos o 25 de Abril!


35 anos passados impõe-se nacionalizar o 25 de Abril que alguns reaccionários de esquerda querem que seja só propriedade sua.
A Revolução e o seu dia emblemático não são um exclusivo daqueles que hoje desfilarão na Avenida da Liberdade.
25 de Abril Sempre, para Todos e por Todos!

sexta-feira, abril 24, 2009

ANF 9 - Ministério da Saúde 0

Em 11 de Março de 1934 a selecção portuguesa de futebol sofreu uma humilhante derrota por 0 - 9, em Madrid, frente à Espanha. Este jogo faz parte do meu imaginário infantil porque o meu pai contou e recontou, vezes sem fim, as suas peripécias, ouvidas na antiga Emissora Nacional, através de uma telefonia de válvulas do meu avô - equipamento pouco usual à época - alimentada por uma pequena torre eólica que abastecia a casa, no meio da Serra Algarvia, com uma corrente muita fraca e pouco estável.
A decisão tornada hoje pública de isentar o pagamento de genéricos para os pensionistas de baixo rendimento fez-me lembrar este episódio histórico, pois reflecte senão uma derrota humilhante do Ministério da Saúde, pelo menos mais uma vitória em toda a linha do Dr. Cordeiro e da sua ANF.
Não está aqui minimamente em causa o mérito da decisão em termos da facilitação do acesso a medicamentos a uma faixa carenciada e desprotegida da população (cerca de 1 milhão de pessoas). É uma medida social e justa e, por consequência, também muito oportuna em tempo de eleições...
O que está em causa é que o Estado poderia tomar a mesmíssima decisão com custos muito menores para o Erário Público. A este propósito remeto para este post e para este.
O que vai acontecer agora, mais do que nunca, é que as empresas farmacêuticas que comercializam genéricos vão concentrar toda a sua pressão promocional nas farmácias "incentivando" ajudantes de farmácia e farmacêuticos a aviarem o genérico da empresa que lhes oferecer os melhores brindes, bilhetes de futebol ou as viagens mais atractivas, bem como as melhores condições comerciais para a farmácia. E com o Estado sempre a pagar quer o reembolso a 100%, quer a respectiva margem de lucro oficial.
Se houvesse um concurso nacional para estes fármacos e se o Estado garantisse a sua distribuição nos centros de saúde e nos hospitais, como de resto já o faz com os medicamentos anti-concepcionais, toda a gente saíria a ganhar.
Menos a ANF e as farmácias.

P.s. Contudo, a derrota mais humilhante Selecção Nacional aconteceu em 25 de Maio de 1947 com a Inglaterra por 0-10.

Problemas conjugais

"Desde o princípio que Sócrates viveu em guerra com os jornalistas"
Vasco Pulido Valente na edição impressa do Público de hoje
Qualquer dia temos mais um caso de violência doméstica a aparecer nas primeiras páginas dos jornais. Desta vez, o delito terá lugar num dos "apartamentos sociais" do Edifício Héron Castilho.

O Génio de Bach à solta no CCB neste fim de semana



Glenn Herbert Gould, pianista canadiano (25 de setembro de 1932 - 4 de Outubro de 1982) a tocar e a recriar Bach.

quinta-feira, abril 23, 2009

O que lhe falta sobretudo são... tomates

Desculpem a brejeirice, mas já não há paciência para a postura displicente e majestática do poeta Alegre.
A última pérola tem a ver com a putativa (palavra muito em voga nos dias que correm) criação de um novo partido político. Parece que o referido poeta
«“às vezes” sente vontade de criar um partido. Mas, depois, mais a frio, falta-lhe alguma “vontade política, disponibilidade de tempo e dinheiro”». O que lhe falta são os ditos...
Sinceramente, já começa a faltar pachorra para aturar os desabafos de alma dos "paizinhos da democracia lusa", como Alegre e Soares, que se julgam com autoridade e legitimidade para, publicamente, dizerem tudo o que lhes passa pela cabeça.

O i está a chegar. A publicidade promete!

Lançar um jornal nos dias que correm é obra. Só por isso vale o elogio. Depois, cá estaremos com muita curiosidade para avaliar a qualidade. De qualquer modo, será sempre um bom estímulo para os institucionais Público e Diário de Notícias que vão sofrendo os males de alguma complacência de um mercado em forte contracção.

Três recados..

Miguel Gaspar, Helena Matos e José Manuel Fernandes têm hoje três notáveis prosas na edição impressa do Público.
Três excertos:
"O auto-elogio, o enumerar e inventar de medidas e o ataque agressivo à oposição não chegam para dar aos eleitores uma razão para votar PS"
Miguel Gaspar
"José Sócrates tropeça sistematicamente no seu passado e, para seu e nosso azar, por causa desse passado vê cada vez mais comprometido o prestígio do cargo que presentemente ocupa"
Helena Matos
"(...) o país que desesperava Eça de Queirós é o mesmo país que hoje nos faz desesperar".
José Manuel Fernandes
Os sinais começam a ser demasiados. A continuar assim, só a perícia, o jogo de cintura e a demagogia de José Sócrates associados à inépcia e à desorientação da oposição podem impedir o naufrágio do PS.

quarta-feira, abril 22, 2009

"O Jornal Nacional à 6ª feira da TVI está para o Jornalismo como uma charrua está para a Neurocirurgia"


Divinal, a crónica de humor do Bruno Nogueira, hoje na TSF.
Vale a pena ouvir!
Por este andar, a
Manuela Moura Guedes ainda lhe põe um processo em cima.

Debate quinzenal na AR

Nestes dias turbulentos que vamos vivendo, governar reduz-se a um princípio básico:
Dar, dar, dar, dar...
Depois de Outubro chegará o tempo de tirar, tirar, tirar.

terça-feira, abril 21, 2009

O Homem...


O nosso Primeiro esteve hoje em grande na RTP. Os jornalistas, tarimbados, deixaram-se enlear na sua estratégia.
Pode ser tudo treta e é, pode estar a dar-nos a volta e está, pode inventar um pouco e inventa até muito e pode até avançar pela demagogia pura e avança até não mais parar, mas o que é certo é que o homem é um verdadeiro animal político.
Engana-se quem pensa que Sócrates está acossado e cansado. Demonstra uma tenacidade e uma capacidade de combate invejáveis.
Goste-se mais ou menos do Homem (e, neste particular, o Remexido não é propriamente um grande fã), há que reconhecer que, neste momento, não parece haver rival que se lhe iguale em termos de combate político.
A Manelinha que se prepare bem, porque por este andar será esmagada num qualquer debate que possa vir a acontecer na campanha eleitoral.
As reacções, pífias, da oposição não auguram nada de bom...

Partido novo com sabor a velho

O Bloco de Esquerda já parece um partido a sério, com cheiro a mofo e tudo.
A escolha de Luís Fazenda para a Câmara de Lisboa denota o esgotamento por que o BE está a passar. Os homens do aparelho dominam todos os lugares com algum protagonismo no partido. Praticamente, desde a sua fundação, que as caras são sempre as mesmas.
Não se põe em causa a qualidade intelectual e a acutilância política e, sobretudo, de argumentos de figuras como Louçã ou Miguel Portas, mas aquilo sobressai é uma evidente incapacidade de recrutamento fora da clique e do folclore habituais no BE.

Estórias de encantar




Eu acredito no Pai Natal e, claro, na... Autoridade da Concorrência!
Cartéis, concertação de preços, margens de lucro desmedidas são tudo estórias da carochinha.
Hoje, vou dormir mais descansado. Contaram-me uma estória de encantar.

Ainda nem passou uma semana...

Quando a esmola é muita...
Menos de uma semana após o consenso alargado no parlamento em redor da eliminação do sigilo bancário, eis que o azeite (i.e. a verdade) começa a vir à tona. A acreditar no Público, a lei que estará para nascer só se aplicará aos... contribuintes individuais. As empresas ficam de fora e até, pasme-se, terão direito a um quadro legal mais restritivo e exigente que o actual relativamente à quebra do referido sigilo bancário.
São sinais repetidos como este que contribuem para o descrédito acentuado da classe política que temos e que rotineiramente vamos alegremente elegendo para nos governar. Quando, depois de todo o foguetório que foi feito em torno deste "grande avanço civilizacional", como alguém o descreveu, chegamos à triste conclusão que, afinal, estamos perante mais uma manobra de cosmética e que, uma vez mais, o problema não foi atacado com frontalidade, abre-se espaço para todo o tipo de suspeitas sobre o sistema.
E o problema grave é que das simples suspeitas ao ataque demagogo e popularucho à democracia e ao parlamentarismo vai um salto!
O que se pede nestes momentos de crise profunda, a que se associa um intenso e inusitado período eleitoral, é que haja muita responsabilidade e bom senso na forma de gerir a Coisa Pública, sob pena de estarmos todos, enquanto sociedade, a hipotecar o capital de credibilidade e a confiança no sistema democrático.

segunda-feira, abril 20, 2009

Migalhas e detalhes (II)


Afinal, o PSD está revoltado. A notícia do Público não é correcta. Blá, blá, blá...
Começa-se a ler nas entrelinhas e depressa se percebe que houve alguém que andou a falar demais e desmanchou um arranjinho que não era para ser do conhecimento público...
Uma palavra de consolação: AZAR! Não sejam tão amadores!

Migalhas e detalhes

A política lusa no seu melhor... Tudo se negoceia: cargos, lugares, protagonismos. Nem que seja preciso contornar a lei. É apenas um detalhe!
É interessante reparar que depois das autênticas tempestades que aconteceram aqui há uns meses, os boys dos aparelhos e os putativos contestários do PS e do PSD se remeteram agora a um silêncio cauteloso. Com a excepção de Menezes que, ontem, na TSF fez tiro de morteiro a alguns líderes do seu partido (embora, tenha protegido Manuela Ferreira Leite), todas as restantes oposições internas estão silenciadas à espera de algumas migalhas do poder. É que nos próximos meses há muito futuro e muito lugar em causa. São as europeias, são as autárquicas e são as legislativas. É muita migalha para distribuir! Até Pedro Santana Lopes já elogia a Manuela...

E A Lei? Ah, a Lei é, volto a repetir, apenas um detalhe inconsequente, senão vejam esta passagem lapidar da notícia do Público (os destaques são da autoria do Remexido): «Guilherme Silva diz que a descida do 6.º para 8.º lugar do candidato madeirense não é uma despromoção e deve-se sim à "capacidade e prática reivindicativa" de Jardim, que, face ao condicionamento imposto pela lei da paridade - que obriga a que em cada três candidatos figure uma mulher -, negociou com Manuela Ferreira Leite "contrapartidas num contexto mais amplo que salvaguarda os interesses" da região».

domingo, abril 19, 2009

Católicos, romanos, apostólicos... e cegos

"O maior cego é aquele que não quer ver" e continuar a insistir nesta posição perfeitamente incompreensível relativamente ao uso do preservativo é, cada vez mais, um completo disparate da hierarquia da Igreja.
Se, como diz D. José Policarpo, "a utilização do preservativo é falível", o que dizer dos resultados obtidos com as recomendações de castidade e fidelidade do Vaticano...
O que vale é que em matéria de sexualidade, como em muitas outras ao nível dos costumes e das relações sociais e humanas, a doutrina oficial da Igreja Católica encontra-se a anos luz da praxis dos seus milhões de seguidores.
O bom senso nunca foi um exclusivo de quem manda...

sexta-feira, abril 17, 2009

A maldição da sexta-feira


As semelhanças entre os últimos tempos do cavaquismo e o actual período do consulado socrático são cada vez maiores. Há uma impressão de "dejá vu". São as manifestações de rua, são os tiques autistas do primeiro-ministro, são as músicas de protesto (Abrunhosa antes, os Xutos hoje) e... são as sextas-feiras. No tempo de Cavaco como primeiro-ministro, o último dia útil da semana era um verdadeiro terror para o governo e para o partido do poder de então. O culpado era essa arma acutilante, inesperada e, por vezes, inteligente chamada "O Independente".
Nos dias que correm, a mesma situação repete-se com o governo de Sócrates e com o PS fazendo o Jornal Nacional da 6ª da TVI as vezes do semanário de Miguel Esteves Cardoso e Paulo Portas, através da inarrável, demagoga e populista Manuela Moura Guedes. A qualidade, o nível intelectual e o estilo não são comparáveis - outro sinal dos tempos - mas o efeito é o mesmo, senão mais arrasador devido ao impacto do meio utilizado, a televisão.
Metodicamente, à sexta-feira, José Eduardo Moniz liga o seu assador e vai grelhando em dose q.b. o nosso Engenheiro de estimação. Hoje, aconteceu a tão aguardada divulgação do DVD que tem animado o caso Freeport. Ainda é cedo para percebermos os reais efeitos eleitorais desta estratégia da TVI, mas o que é certo é que as hostes socialistas começam a mostrar sinais de receio e preocupação.
Esperemos pela próxima sexta para ver os desenvolvimentos.

A arte da guerrilha




O mais recente contra-ataque protagonizado por Pedro Nunes, Bastonário da Ordem dos Médicos, nesta autêntica guerrilha em que se transformou a já tradicionalmente difícil relação entre os médicos e a ANF é digna das tácticas terroristas que João Cordeiro tanto gosta de usar na sua ambição desmedida de amplificar o já tentacular poder da sua associação. É, por isso, uma resposta à altura.
No entanto, admitamos que essa é, simultaneamente, a sua principal fraqueza. Ao ser uma mera arma de arremesso, utilizada no meio da refrega, ninguém lhe vai dar qualquer atenção mais cuidada, nem atribuir qualquer mérito. Todavia, esta proposta se fosse apresentada com outra sustentação técnica e num ambiente menos poluído teria, concerteza, outra eficácia e outra margem de progressão. Porque não deixa de ser uma boa ideia, pois:
  • Ao propor a realização de um Concurso Público a nível nacional para um conjunto alargado de princípios activos com elevados níveis de prescrição, iria conseguir activar a concorrência e gerar poupanças significativas para o Estado e para os doentes devido à inevitável descida do PVP;
  • Ao propor que a distribuição destes fármacos aos doentes fosse directamente realizada nos Centros de Saúde ou nos Hospitais (via Farmácia Hospitalar), estaria a eliminar o intermediário que é a Farmácia de Oficina e logo a poupar na margem de lucro legal (18,25% em medicamentos comparticipados). Uma vez mais, quem ganhava era o Estado e o doente.
  • Finalmente, com a definição de uma listagem de medicamentos de prescrição obrigatória por princípio activo, eliminar-se-ía qualquer suspeita de pressão ilícita sobre os médicos e farmacêuticos por parte dos laboratórios. O poder que, hoje, qualquer uma destas classes tem na prescrição e na dispensa dos medicamentos diminuiria consideravelmente a bem do seu prestígio e consideração sociais.

Eis mais um exemplo de como uma boa ideia pode ser perfeitamente trucidada pelo ambiente sujo de guerrilha que se vive na área da Saúde em Portugal.

O Inspector...


Segundo o Público há por aí um douto "Inspector do SEF teme que obras públicas atraiam muçulmanos radicais", mas, por lapso, o senhor esqueceu-se de outros grupos terríveis como os judeus fundamentalistas, os católicos tradicionalistas do bispo Marcel Lefebvre, os monges do Tibete, os tipos do Ku Klux Klan, da Maçonaria, do Opus Dei e da Igreja Universal do Reino de Deus. Atenção, também, às Testemunhas de Jeová e aos Mormons. Não são de confiar, embora sejam maioritariamente louros, usem camisa branca e gravata!

É preciso ter muito cuidado com esta gente que vem trabalhar para as obras! Vêm disfarçados e só pensam em pôr bombas...

31 da Armada: a não perder!

O genial blog 31 da Armada apresenta uma verdadeira antologia sobre a relação entre as letras dos Xutos e a turpe do Engenheiro.
Verdadeiramente divinal! Vale a pena dar uma vista de olhos.

quinta-feira, abril 16, 2009

Mais uma vitória do Bloco

Esta história da eliminação do segredo bancário reflecte um bocado a maneira lusa de brincar com a Coisa Pública. Até aqui não se podia acabar com esta disposição legal por isto e por aquilo. Havia sempre um qualquer empecilho legal ou constitucional que impedia que a lei fosse alterada. Contudo, seguindo a lógica do "politicamente correcto", todos os partidos eram favoráveis a uma alteração da lei, desde que tivesse em conta dos direitos e garantias dos cidadãos consagrados na Constituição.
Depois, como num passe de mágica muito bem gizado pelo Bloco de Esquerda, já é possível alterar a lei e acabar com segredo bancário. Tudo de um momento para o outro. E projectos de lei já há muitos, desde aquele que o Bloco conseguiu fazer passar hoje na Assembleia da República, passando pelo próprio governo, que jogando numa patética antecipação, também anunciou a sua própria proposta.
Neste momento, parece que o consenso é generalizado desde o CDS ao Bloco de Esquerda...
Então, só não se percebe é porque é que demorou tanto tempo e porque é que se fica com a ideia de que todos foram a correr atrás da iniciativa do Bloco para ficarem bem na fotografia?
Depois, quando a lei for de facto aprovada e entrar em vigor, quero ver quem vão ser os seus reais alvos. A avaliar por aquilo que tem acontecido ultimamente... será só peixe miúdo!

quarta-feira, abril 15, 2009

De cabeça para baixo

Caro Presidente, há sempre uma outra forma de ver as coisas...

"If there's lessons
To be learned
I'd rather get
My jamming words
In first, so
Tell you something
That I've found
That the world's
A better place
When it's
Upside down, boy "
Gabriela Cilmi

Xutos, Abrunhosa, Cavaquismo & Sócrates(ismos)

Grandes Xutos!
Há 19 anos, a queda do Cavaquismo começou assim, num célebre concerto do Pedro Abrunhosa na Costa da Caparica... Na altura, o PS exultou com a situação. Vamos ver agora qual será a reacção?
O Engenheiro que se ponha a pau, porque o ambiente está cada vez mais crispado e o controlo da situação começa a fugir-lhe das mãos.

A Letra:
"Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou - bem
Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar
Despedir
E ainda se ficam a rir
Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter
Uma vida bem melhor
Mas se eu nada fizer
Isto nunca vai mudar
Conseguir
Encontrar
Mais força para lutar...
(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer

É difícil ser honesto
É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir
Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar
A enganar o povo que acreditou
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar...
(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a foder

Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão"

terça-feira, abril 14, 2009

Isto vai mesmo bater no fundo...

Periodicamente, o bruxo de serviço ao sistema, o douto Dr. Constâncio, vai actualizando as suas previsões para o futuro...
Cada revisão é mais negra que a versão anterior, o que já não espanta ninguém.
Já toda a gente percebeu que isto vai bater mesmo no fundo e como estamos em ano de eleições, a estratégia é ir adiando as más notícias. Desde a inevitável falência da Qimonda à assumpção de que vamos enfrentar uma a mais complicada recessão económica de sempre, passando pela confirmação dos terríveis números de desemprego que aí vêm.
Toda esta estratégia de adiar o anúncio do inevitável e ir mascarando a situação com a publicitação de miríficos planos e pacotes de investimento público nos mais variados sectores de actividade tem como objectivo chegarmos a Outubro - mês mágico das eleições - já absolutamente convencidos de que o desastre económico e a tragédia social que, então, viveremos serão coisas absolutamente normais.
A realidade não é para ser dada ao país em dose única, mas sim aos bocadinhos para não alarmar ninguém. Assim quando o "moribundo" falecer já ninguém vai entrar em estado de choque. Já todos estaremos conformados com o nosso fado.
E então seremos convencidos pelos sábios do sistema que o melhor será votar no Eng. Sócrates, porque só ele é que conseguirá superar a Crise.
E aposto com quem quiser que, logo após as eleições ganhas pelo PS, a estratégia se vai inverter. Aí sim, vamos poder saber a real situação económica e social do país. Porque nessa altura, convirá ao Eng. Sócrates pintar a realidade o mais negra que puder para, depois, quando chegar a recuperação, os indicadores serem espectaculares.

segunda-feira, abril 13, 2009

Bo e a revolução cubana


Segundo consta, Obama vai liberalizar as viagens e a transferência de capitais para a ilha dos manos Castro.
Um dia destes ainda vamos ver o Bo, o novo cão de água ALGARVIO (sim, Algarvio!) do casal Obama a fazer umas belas bostas nos areais das praias cubanas, enquanto os seus donos se banham no quente Mar do Caribe...
O mundo está a mudar! Viva a Cuba Libre!

A realidade a preto e branco

Depois da notícia da ruptura financeira das universidades portuguesas, de certeza que o nosso primeiro-ministro vai publicitar mais um novo fundo de financiamento a estas instituições, na senda dos múltiplos anúncios que tem feito para quase todos os sectores de actividade...
Quando se pára um pouco para reflectir para além desta vertigem mediatizada em que vamos vivendo, chega-se à triste conclusão de que falta cada vez mais ao nosso país, seja nos seus responsáveis maiores seja no próprio cidadão comum, a noção clarividente e esclarecida das prioridades e do que é realmente decisivo para o nosso futuro sustentável como nação.
Notícias preocupantes como esta, dão-nos rapidamente a sensação que estamos mais próximos do estadio de desenvolvimento da Guiné-Bissau, onde os funcionários públicos não recebem há meses, do que da realidade de um país que faz pomposos e mediáticos acordos com MIT e com a Microsoft e depois deixa as universidades públicas neste estado em que mais parecem míseros pedintes do que instituições de excelência e de referência para a sociedade portuguesa.

sexta-feira, abril 10, 2009

Mini-férias

O Remexido está a banhos, gelados, no Algarve.

quarta-feira, abril 08, 2009

Tibete


A China não mudou, não muda, nem mudará. Com Obama ou sem Obama, com Jogos Olímpicos ou sem Jogos Olímpicos o povo chinês estará sempre subjugado a um terrível aparelho de repressão dos seus direitos cívicos e políticos que se alia aos piores vícios do capitalismo selvagem.
Quem, com ingenuidade, considerava que o maior evento desportivo do planeta teria um efeito multiplicador na melhoria das liberdades cívicas dos chineses tem aqui a prova definitiva da boa vontade do PC chinês.
Agora que os holofotes mediáticos do Ocidente saíram da China, os velhos hábitos maoístas voltaram para "disciplinar" e pôr na ordem os pobres tibetanos.
Infelizmente, o G20 não está muito preocupado com estes temas...

Dupond & Dupont

Sílvio Berlusconi está para a Itália como o Alberto João está para Portugal. Ambos encarnam a função de bobo da corte. Daquelas bocas só saiem asneiras e pérolas que animam o quotidiano e enriquecem o já rico anedotário dos dois países.
O ex-presidente do Milão considera, agora, que os campos de tendas instalados em Abruzzo para os desalojados do terramoto têm que ser encarados como um parque de campismo.
Lindo e muito oportuno!
Estamos cá para registar a réplica (tem tudo a ver) do Dr. Jardim...
P.S. Entretanto, vale a pena ver este vídeo do YouTube em http://www.youtube.com/watch?v=KkDp-6t-keA

FC Porto


Como português, algarvio, farense e benfiquista foi com imenso prazer que assisti ontem ao jogo Manchester - Porto para a Liga dos Campeões. Há quanto tempo não assistíamos a um jogo assim?

Depois das desilusões da selecção e dos clubes da 2ª circular, fica-nos o contentamento de termos ainda um Porto de classe superior para animar as hostes e dar um pontapé na crise, nem que seja durante 90 minutos.

terça-feira, abril 07, 2009

MEC


Sabe bem ver o Miguel Esteves Cardoso voltar às lides jornalísticas com aquele nosso velho conhecido estilo directo, mas sempre profundo e irónico, que fez escola no Expresso, em O Independente ou na saudosa Kapa.
Hoje, na edição impressa do Público, a sua coluna é dedicada à tragédia italiana de Abruzzo e termina assim:

"(...)Faz dó. Faz medo. Faz dar graças pela nossa sorte enquanto se chora a sorte daquelas famílias italianas. Podíamos ter sido nós. É bom que se saiba. E que, seja num sentido religioso, científico ou aleatório, elas sofrem e morrem em vez de nós."

A luta de classes na versão genérica

Os conflitos entre médicos e farmacêuticos são parecidos à luta eterna entre empregados de mesa e cozinheiros... A culpa é sempre do outro! Cá para mim, isto não passa de uma zanga de comadres manhosas que não querem perder o seu tachito.
Os médicos são doutores e gostam muito de viagens e congressos. Percebem de medicamentos, de farmacocinética e de bioequivalências como eu percebo de energia atómica. Por outro lado, os farmacêuticos estão tão preocupados com os doentes como eu estou interessado no futuro político da Sarah Palin...
O que move as farmácias portuguesas, lideradas por esse autêntico D. Quixote que é o Dr. Cordeiro, são os lucros fabulosos obtidos com os genéricos.
Qualquer companhia que comercialize genéricos, o que faz é promovê-los junto das farmácias porque é aí que tudo se joga, não é no consultório do médico. Deste modo, o fenómeno do chamado "turismo médico" está a reconverter-se em "turismo farmacêutico". Depois, os bónus e descontos comerciais, que são oferecidos nas farmácias pelos laboratórios de genéricos, resultam em margens gordas para aquelas e que nunca, mas nunca são transferidas para o bolso dos seus utentes. Simplesmente porque os preços são tabelados oficialmente. O que o doente, de facto, ganha é no preço mais económico e numa taxa de comparticipação mais apelativa. Finalmente, e porque a falta de decoro não termina aqui, a própria ANF prepara-se para avançar com a sua própria companhia de genéricos.
Deste modo, a verticalização ficará completa: fabrico de medicamentos (com a referida companhia de genéricos), distribuição de medicamentos (maioria do capital na maior empresa de distribuição de medimentos, Alliance Unichem), e as quase três mil farmácias que operam em Portugal em forma de monopólio.
Sim, porque no nosso rico país só um farmacêutico é que pode ter uma farmácia e esta tem que ter um mínimo de capitação, o que lhe garante automaticamente uma fatia de mercado certinha e pouca ou nenhuma concorrência. É por isso que ter um alvará é sinal de um grande conforto financeiro para toda a vida.
Haverá por aí alguma farmacêutica com um alvará (só com esta condição) que esteja casadoira?

segunda-feira, abril 06, 2009

Granda lata...


Imaginem quem escreveu esta pérola? Nem mais nem menos que o nosso político "sempre em pé", Pedro Santana Lopes. Gostei sobretudo do "Barack Obama está a expor-se demasiado"...
A memória é mesmo curta...

Perseguição Fiscal

Segundo o Público, a DGCI notificou mais de seis mil gestores para que "possam responder pessoalmente pelo pagamento das dívidas fiscais das empresas que geriam ou administravam".
O que nós todos gostávamos é que o fisco tivesse a mesma eficácia com as grandes empresas e os grandes bancos que tem com os pequenos contribuintes. Ainda hoje, o mesmo jornal noticiava que a diligente máquina fiscal "deixou prescrever um terço dos 10,9 milhões de euros de correcções ao IVA do exercício de 2004". Fantástico!
Uma coisa é o combate justo e transparente ao crime fiscal, outra é esta sanha persecutória aos mais frágeis em que os fins - a receita fiscal - justificam todos os meios utilizados.

República das Bananas


Um dos amigos de estimação do Remexido, o inarrável Alberto João, verdadeira pérola da Democracia Lusa, fez mais uma das suas ao reduzir os prazos para interpor Acções Populares numa região onde, segundo o Público, "cerca de 60 por cento dos processos julgados confirmam a existência de ilegalidades urbanísticas".

Depois do espectáculo que tem sido o julgamento de Isaltino de Morais no Tribunal de Sintra, eu pagava para ver coisa idêntica com Alberto João. Se tal viesse a acontecer, seria como perder de novo a virginidade...

sexta-feira, abril 03, 2009

Matem-me ou Parem!

Falamos tanto em crise, no G20, na Quimonda, no FreePort, no Lúcilio Baptista e no seu penalty e esquecemo-nos que barbaridades, como este chicoteamento público de uma adolescente realizado por talibans, continuam a fazer parte do quotidiano de milhões de infelizes por esse mundo fora...
Palavras para quê?

A Lista


Afinal, em vez de um rato parece que a cimeira pariu uma montanha...

O pessoal está contente com os resultados e a OCDE publicou uma lista dos países e centros financeiros mal comportados. Vale a pena dar uma olhadela e ver que os nossos amigos suiços, autríacos, holandeses e belgas andam ali na zona cinzenta...

quinta-feira, abril 02, 2009

FMI 1 - G20 0

Segundo as crónicas oriundas de Londres, já temos decisões, algumas e para alimentar os media.
Para já o tenebroso FMI, pelo menos era assim que nos idos anos 70/80 a nossa esquerda (Marocas à parte) o adjectivava, vai ter os seus fundos reforçados e vamos ter uma nova autoridade mundial para regular os mercados financeiros. Autoridade essa que já tem presidente. O escolhido foi Vítor Constâncio...
É mentira, embora o dia da dita tenha sido ontem.

G20 ou a fábula da montanha e do rato




É hoje o grande dia.
Espera-se tudo!
O salvamento do mundo, ou
o seu trágico funeral.
O mais certo é que tudo fique na mesma,
como a lesma.

quarta-feira, abril 01, 2009

Dr. Cordeiro, o novo Dr. Sousa Martins

A ANF e o seu impetuoso presidente anunciaram hoje mais uma medida popular e popularucha de apoio aos mais desfavorecidos. Assim, a partir de agora, as farmácias portuguesas vão incentivar os doentes a consumirem genéricos, uma vez que estes são mais baratos que os medicamentos de marca.
Será por isso? Ou será porque o lucro com os genéricos é muito superior ao lucro obtido com os medicamentos de marca, por via dos gordos bónus em produto e demais descontos comerciais? Ou será porque a ANF - essa verdadeira instituição de solidariedade social - pretende lançar um laboratório de genéricos, no âmbito do seu invejável e tentacular universo empresarial?
É que nos dias que correm os Drs. Sousa Martins são meros resquícios do passado.

99 Anos


O meu Farense faz hoje 99 anos.
Ainda em coma, mas com alguns sintomas de melhoria evidentes nos últimos tempos, vai entrar no seu centésimo ano de vida a jogar na III Divisão. Sinais dos tempos...
Saudades (muitas) de Paco Fortes, Hassan, Pitico, Gil, Nelson Borges, José Rafael, Hajry, Rufai, Benje e tantos outros...
"À vitória Farense, à vitória..."